sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tristes Trópicos

“Por que é triste o olhar do verdadeiro viajante?
Como ninguém ele sabe que o mundo começou sem ele
e acabará sem o homem.
Percebe que todos os mitos, estilos e linguagem
são construções de sentido,
sempre à beira de um vazio.
Sente que a sua viagem não terá propriamente um retorno.
Sua exploração ficará sempre inconclusa.
No entanto, entre a solidão que reproduz a máquina de uma cultura herdada
E a tristeza desse caos caleidoscópico do mundo que se deixa entrever,
prefere a segunda condição, a de navegante solitário,
fiel apenas a sua própria narrativa,
senhor de suas histórias e paisagens,
aquém de todo pensamento e além de toda a sociedade.”
Claude Levi-strauss

***

Quem sou eu?

Numa manhã de quarta-feira de cinzas, numa pequena cidade no noroeste do Paraná, exatamente as onze horas do dia 16/02/1972, nasci.
Ao longo dos anos, aprendi a duras, ou moles, penas a gostar de algumas coisas, detestar outras e pelo menos tentar me relacionar bem com algumas.
Ainda não descobri à que vim, só sei que estou aqui por alguma razão e já que estou aqui decidi fazer tudo o que eu puder para me tornar uma pessoa melhor, simplificar a minha vida e fazer alguma coisa útil.
Entre outras coisas, sou alguém que acredita no amor, na beleza desse mundo e que descobriu que não precisa de coisas grandiosas para ser feliz. Pequenas coisas me dão um enorme prazer. Entre elas:

Conversar por horas e horas e horas com o Diego;
Ficar em casa num dia chuvoso;
A arte de Ben Vautier, Van Gogh, Modigliani e Andy Warhol;
Exupéry e seu Petit Prince;
O Pavilhão Japonês do Ibirapuera;
Ouvir a nona sinfonia do Beethoven e as quatro estações do Vivaldi;
Receber cartinhas da Lea e postais dos quatro cantos do mundo;
Finais de semana e feriados;
Olhar o céu, a lua e as estrelas;
Caminhar na trilha do Ibirapuera ouvindo Moby;
Ver filmes, muitos filmes…
Primavera, verão, outono e inverno;
Comer raclete, fondue e comida japonesa;
Ler Camões, Vinícios, Gregório de Matos e Neruda;
Sair pela cidade na companhia do Diego;
Usar batinhas, sapatilhas e bolsas grandes;
Papéis coloridos e canetas stábilo de todas as cores do mundo;
Lembrar as tardes lindas que passei com o meu avô;
Fluxus e Pop Art;
Passear pela Paulista e Augusta num domingo à tarde;
Os filmes do Jeneut, Fellini, Aldóvar e Agresti;
Litoral norte de São Paulo e a estrada Rio-Santos;
Mário Prata, Zélia Gattai e Mário Quintana;
Café colonial da Serra Gaúcha;
As cores da Frida Kahlo;
Reciclagem, ecologia e preservação ambiental;
Trabalho Voluntário em favor do próximo;
Ver o Pantanal do avião;
Chá com torradinhas e chocolate suíço nas tardes de outono;
Passar no Natural da Terra e tomar um suco com o meu amor;
Paraty, Angra e Serra Fluminense;
As tardes de sábado com a minha filha Bia;
Filosofia, história da arte e da cultura, geografia e história;
Minhas gatas Augusta e Maria Amélia;
Midnight Oil, Placebo, R.E.M., The Smiths e Indochine;
Londres, Paris e Zurique;
Fotografia;
Argentina, Peru e Chile;
Escrever;
Colagens;
As palestras do Umberto Fabri;
Gerard Depardieu, Jean Reno, Camila Morgado e Matheus Naschtergalle;
Oscar Wilde, Bertolt Brech, Fernando Pessoa e Nietzsche;
Aumento de salário, férias e décimo terceiro;
Michael Jackson e Peter Garret;
MASP, MAM e Oca do Ibirapuera;
Setembros, Outubros, Dezembros e Fevereiros;
Ganhar e dar presentes;
Arcade Fire, música celta e peruana;
Nat King Cole, Edith Piaf, Louis Armstrong, Ray Charles e Aretha Franklin;
Banho demorado de banheira;
Roupas novas;
A comida da tia Emília;
Ghandi, Buda e Jesus Cristo;
Dirigir;
Abraços sinceros;
Marilyn, Audrey e James Dean;
As confidências e confabulações com o meu amigo Paulo Afonso;
Ouvir risadas pela casa;
Estar com minha prima Thaís;
Viajar com o Diego;
Aprender sempre;
Edredon, pijama e chinelinho;
Jardins floridos;
Colecionar cards e canecas;
Feirinha da Benedito Calixto;
Valentin, Atticus Finch, Catarina Batista e Amelie Poulain;
Os Fiordes da Noruega e os Alpes Suíços;
O quadro que a Bia pintou;
Mr. Maggo, Pink Panter e Gordo & Magro;
Franz Krajcberg , Edvard Munch e Jonas Barros;
Cultura indígena do Brasil;
Kurosawa e Jim Sheridan;
Sócrates, Confúcio, Goethe e Voltaire;
Gregor, Beatrix e a criançada;
Um amor como o do tio João e da tia Emília (para sempre);
Ruas arborizadas;
Banco e anão de jardim;
Rios Verde, Teles Pires e Paraná;
Barulho de Chuva;
Darcy Ribeiro, Khalil Gibran e Shakespeare;
Fernando Fernan Gomez, Jude Law e Daniel Day Lewis;
Hagen Dazs de Tiramissu;
Manjericão, salsinha e cebolinha;
Pagar contas em dia;
Andar de barco;
Cinema e teatro;
Expedição Langdorff;
Apóstolo Paulo e Provérbios de Salomão;
Perfume Flor de Agatha Ruiz de La Prada ou J´adore;
Clipe de Porcelain (Moby) e One Country (Mid. Oil);
Montanhas e Cachoeiras;
Centre Pompidou, Tate Modern e Met;
Positano, Bellagio e Provence;
Hermam Hesse, Anaïs Nin, Harper Lee e Lispector;
Consideração, respeito, coragem e pensamento positivo…

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