quarta-feira, 31 de agosto de 2011

dream about me

Babe
oh, dream about me
lie
on the phone to me
tell me no truth
if it is this bad
there´s enough in my life
to make so sad
just dream about
colors fills our lives
just dream about
someone else tonight
Babe
oh, dream about me
on the phone
talking quietly
I wanna be yours
oh, won´t you be mine
against red skies
for all time
so dream about us
when you´re lone
just dream about
how I will let go
(moby)

foto: elena kalis

terça-feira, 19 de julho de 2011

Já Disponível!


Onde comprar:

Rua DR. Virgílio de Carvalho Pinto, 426 - Pinheiros - São Paulo - SP - Tel.:(11) 3081-6986

Banca Empórium
Rua Afonso Brás, 431 - Vila Nova Conceição - São Paulo

Livraria Papel Dobrado
Rua João Cachoeira, 500 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3168 - 6089

Em breve:


sexta-feira, 8 de julho de 2011

8 de Julho

Quatro anos!
O tempo corre loucamente e quando dou por mim já é noite, já é um novo dia, já é sexta novamente, já é segunda outra vez. As horas passam e o tempo realmente voa. Nessa rapidez com que o mundo gira sem perceber já se foram quatro anos.
Quatro anos é tempo demais!
É muito tempo sem ouvir aquela voz tão agradável, sem sentir aquele abraço tão acolhedor, sem o prazer de ouvi-lo falar por horas e horas e horas...
Sinto saudades daquela barba por fazer espetando o meu rosto quando ele me abraçava, daquela mão forte que segurava a minha e de sentir aquele cheiro de pai. Uma mistura de cigarros e de loção pós-barba.
Um dia ele acariciou o meu rosto. Olhou-me da maneira mais terna que alguém poderia me olhar e depois foi embora. Partiu deixando o meu coração pequeno e dolorido, mas cheio de lembranças maravilhosas. Cheio de amor e de uma saudade que nunca passa.
Antes de ir ele me disse que não importa o que aconteça o sol continua a brilhar sobre bons e maus. Hoje o sol brilhou. O dia estava lindo e o pôr do sol foi incrível. Ele continua tendo razão em tudo o que dizia.
E ele me dizia para ser corajosa e forte. E é exatamente isso que estou tentando fazer: estou sendo a pessoa mais corajosa desse mundo ao contar nossa história e forte o bastante para não desistir dos meus sonhos.
E eu me lembro de tudo. De cada pedacinho vivido, de cada história, de cada riso e de cada lágrima. É isso o que me faz forte. Saber exatamente quem eu sou de onde eu vim e pelo que devo ser grata.
Sou grata à vida, à minha existência nesse mundo e a oportunidade de crescer e melhorar como pessoa. Sou grata pelo trabalho, pelo pão e pelo lar. Pela família, por ter um amor verdadeiro e principalmente por ter tido o privilégio de ter tido um pai-avô tão especial e maravilhoso.
Eu o amarei por toda eternidade.
Saudade meu amigo querido!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lançamento Marcado!


Meu Avô e Eu - nossas conversas

Autora: Adriana Mani

Editora Multifoco

Terceira Margem

Data: 15/07/2011

Horário: 19:00

Local: Centro Cultural O B_arco

Rua Dr. Virgílio de Carvalho, 426

Pinheiros - São Paulo - SP


Para ver o local, clique aqui!


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Janela Indiscreta

Ando com tanta vontade de escrever, mas cadê o tempo?

Queria ter escrito esse post antes, mas só hoje consegui um tempinho.


Há uns dois sábados, de manhã, estava distraída na pia, quando me dei conta de quantas coisas podem acontecer, bem ali no seu nariz, pelo curto espaço de tempo em que você lava louças.

Enquanto lavei meia dúzia de copos, alguns pratos e talheres, da janela pude acompanhar alguns acontecimentos: um garoto, de uns 13 anos no máximo, magro e sujo, passou do outro lado da rua visivelmente agitado, com o nariz e a boca dentro de um saco plástico, não menos sujo, cheirando cola. Alguns passos à frente ele enrolou o saco e o colocou no bolso.

Em seguida passou uma senhora, com roupa de ginástica, levando seu cachorro para se aliviar ali mesmo na calçada. Achei que ela fosse recolher o "alívio" do cãozinho, mas ela continuou seu trajeto deixando para trás além das fezes do cão a própria vergonha.

Depois passou um senhor idoso todo agasalhado, andando a passos lentos, com um ar de indignação, talvez pelo presente que o cãozinho da senhora esportista havia deixado na calçada há instantes.

Fiquei ali perdida em pensamentos enquanto passaram jovens, garotos, outros senhores e senhoras, um entregador de águas andando com sua bicicleta pela calçada e quase atropela uma menina, crianças falando alto, muitos carros. Um deles ouvindo um funk na maior altura, como se o resto do mundo fosse obrigado a compartilhar do mesmo gosto musical dele.

Quem passa pela movimentadíssima avenida Santo Amaro, não imagina ou nem se dá conta de que pode estar sendo observado. E há muito o que observar: os alunos entrando e saindo do prédio da faculdade, os clientes almoçando no restaurante em frente, o entra e sai na padaria, as entregas e retiradas na marcenaria, os adolescentes transgredindo a lei e bebendo no boteco, uma infinidade de prédios comerciais e apartamentos...

Essa história me lembrou o filme Janela Indiscreta, que assisti recentemente com o Diego.
Embora eu não tenha tanto tempo livre, como o protagonista do filme, para observar e acredito que nenhum crime ocorreu na vizinhança, pude compreender perfeitamente o Jeff.

Fica a dica do ótimo filme do mestre Hitchcock.
Para saber mais sobre o filme, clique aqui!




Foto: divulgação

sábado, 9 de abril de 2011

Joanetes


Olhando para as minhas joanetes, esse carocinho que anda crescendo ao lado dos dedões dos meus pés, me dei conta de que isso só pode significar uma coisa: sou uma legítima Mani.
Não me lembro de muitas coisas sobre a minha bisavó Adelaide, mãe do meu avô materno. Ela faleceu quando eu tinha apenas dez anos, mas uma das lembranças mais nítidas que tenho dela é das suas Alpergatas de tecido velhinha toda rasgadinha dos lados.
Nós chamávamos errôneamente o calçado da minha bisavó de precatinha. O problema do calçado não era a idade dele, mas o volume enorme nas laterais que forçavam o tecido e, por mais novo que fosse, logo estava rasgado. Os pés do meu avô eram idênticos ao da mãe dele. Na velhice, também ele passou a gostar de usar as tais precatinhas velhas como as de sua mãe.
Ainda criança, lembro-me da minha tia se queixando daqueles ossinhos doloridos que cresciam ao lado dos seus dedões tirando-lhe toda a elegância das belas sandálias que ela usava.
Minha Noninha Bisa se foi há muito tempo, meu avô e minha tia, mais recentemente, também se foram. Mas, me deixaram como herança esses ossinhos volumosos que crescem nos meus pés.
Eles doem, é verdade. Deixam meus pés com um aspecto ainda mais horroroso, além de espalhado é largo, mas as minhas joanetes são a marquinha deles que crescem em mim.
Ao contrário da minha mãe e tias, eu amo minhas joanetes. Cada vez que as percebo me lembro de quem sou. Elas são a prova concreta do mundo à qual pertenço.
Mais do que meu registro de nascimento, são as minhas joanetes a evidência de que realmente sou uma Mani.
Ainda não estou na fase das alpargatas, mas penso se já não devia começar a providenciar um estoque delas.



quarta-feira, 16 de março de 2011

Thaís



Nasceu de sete meses, a conheci dois dias depois.
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Meu tio chegou com ela e me mandou sentar direito no sofá, depois a colocou no meu colo.
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Desde então somos amigas, irmãs... primas!
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Já rimos e choramos juntas até não podermos mais...
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Passamos noites em claro e dias inteiros conversando, fazendo planos ou fazendo nada.
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Eu guardo os segredos dela e ela os meus
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Já me deu um afilhado e agora será mãe de novo.
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Já moramos juntas duas vezes... nunca brigamos!
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Sinto saudades da comidinha gostosa que ela faz...

Sinto falta de tê-la sempre por perto...

Melhor prima do mundo inteiro, melhor amiga... melhor abraço!


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bia


Cabelos louros ao vento, já nasceu linda!
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Inteligente, batalhadora, tem sempre as melhores respostas.
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É o amor da minha vida, filha querida, a única
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Primeira bisnetinha do vô Domingos
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Foi morar sozinha lá longe... foi aprender a crescer...
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Fala inglês fluente, é professora... a mais linda de todas!
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Gosta de Johny Cash, de Smiths e Nietzsche
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Adora maquiagem, está sempre de baton...
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Amo muito... por toda eternidade.
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

39...

...coisas sobre fazer sobre fazer 39 anos:

1 - Você se examina e percebe que fez 39... mas a sensação é de 29;
2 - Agradece por estar mais feliz, mais madura, mais intensa... mais viva!
3 - Ganhei mais mimos e carinhos do que nunca;
4 - Percebe que já realizou muito, muitos sonhos;
5 - E que sempre tem mais sonhos para realizar...
6 - Aos 39 estou pensando em ser mãe de novo;
7 - Que finalmente depois de 27 anos vai ler o livro Gina que o seu amor encontrou e te deu;
8 - Vai se impressionar com a quantidade de felicitações e telefonemas que vai receber...
9 - Seu amigo mais antigo "Thaís" e o mais novo "Flaviano" vão te ligar...
10 - Vai se emocionar várias vezes...
11 - É o último ano que vai ter um 3 na frente do número da sua idade...
12 - Vai perder o medo de ficar mais velha...
13 - Vai ganhar um presente e um jantar incrível da amiga Nelma que estuda com você há 5 anos;
14 - Vai ganhar flores, bombons, filmes, livro, chocolates, toneladas de beijos do melhor mariddo do mundo inteiro...
15 - Vai ser mimada pelos colegas de trabalho...
16 - Os amigos vão se organizar p/ comemorar com você...
17 - Vai se sentir vrdadeiramente amada...
18 - Vai receber carinho da família...
19 - Vai se sentir realizada por ter conseguido fazer algumas coisas importantes antes dos 40.
20 - Vai estar feliz por ter reencontrado velhos amigos;
21 - Por ter escrito um livro;
22 - Por ter comprado o carro;
23 - Por ter passado momentos incríveis com o seu amor;
24 - Por ter encontrado finalmente o amor da sua vida...
25 - Por ter voltado a dançar sem medo... total liberdade;
26 - Por estar na ativa... por ter um trabalho;
27 - Um lar...
28 - Uma fé...
29 - Por acreditar no futuro...
30 - Nos sonhos...
31 - No amor...
32 - Por ter vivido experiências realmente maravilhosas com pessoas queridas;
33 - Por não ter mais arrependimentos;
34 - Por ter encontrado equilíbrio...
35 - Determinação...
36 - Por ter coragem!
37 - Por ser grata...
38 - Por ter tanto a agradecer...
39 - Por se sentir tão viva e feliz!


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Meu Querido Cineasta

Outro dia, Diego e eu, visitamos um amigo querido: 'Seu' Agostinho Martins Pereira. O 'Seu' Agostinho é um senhorzinho de 87 anos que durante quase cinco anos foi meu vizinho, no sobradinho da Rua Caracas onde eu trabalhava.

Por cinco anos, quase todas as tardes, eu fugia do trabalho para papear no portão ou tomar chá com o meu vizinho querido.

Nos conhecemos por causa de um gatinho. Um belíssimo gato de pelos cinza. Enquanto a filha passeava por Londres e Paris ele tomava conta do gatinho.

Numa tarde quente, enquanto eu imprimia uns documentos, o gato fugiu e entrou sorrateiro na minha sala. Apaixonada por gatos tratei logo de oferecer um pires de leite ao bichano. Minutos depois, um senhorzinho bastante interessante aparece procurando pelo gatinho. Ali mesmo engatamos uma conversa que durou a tarde toda.
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Na manhã seguinte lá estava o vizinho, na sacadinha da sua casa, me acenando e mandando beijos. Desse dia em diante passou a fazer isso quase todas as manhãs. Passei a ser recebida, ao chegar ao trabalho, pelo meu adorável amigo com sonoros: "Bongiorno Principesa" ou "Bon Jour ma Cherrie!"
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Eu me acostumei rápido com seus acenos e beijos matinais. Durante as tardes, pouco antes do final do expediente, fazíamos um pequeno sarau: falávamos de poesias, de lugares, filmes ou coisas da vida. Algumas vezes tomávamos chá.
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Só depois de uns dois ou três anos de amizade descobri quem era de verdade o meu vizinho querido. Entre uma conversa e outra contei para ele que estava revendo os velhos filmes da Dercy Gonçalves. Quase cai dura quando ele humildemente contou:
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-Sou um cineasta aposentado. Trabalhei na Companhia de Cinema Vera Cruz, você já ouviu falar? Dirigi nove filmes, entre eles 'Apassionata', filme que escrevi para a Tônia Carrero. Foi também o primeiro filme que o Paulo Autran atuou.
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E eu ali perplexa:
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-Como é que é? O Sr. fez o que?
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E ele:
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-Sou cineasta e fiz nove filmes. Já assistiu o gato de Madame do Mazzaroppi? Eu dirigi alguns filmes dele.
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Nesse dia ficamos papeando no velho portão enferrujado até anoitecer. Ao chegar em casa fui direto para a Internet e digitei: 'Agostinho Martins Pereira'. Não encontrei muita coisa sobre o anônimo descobridor do Mazzaroppi.
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O fato dele ser um dos mais importantes cineastas da época gloriosa do cinema brasileiro, não alterou em nada nossa rotina. Continuamos a falar sobre banalidades e gatos.
Fui sua vizinha por mais dois anos. Tempo suficiente para conhecer e me casar com outro amante do cinema. Diego quer, mais que tudo, ser cineasta. Quando lhe contei sobre meu amigo famoso ele ficou empolgadíssimo. No mesmo dia me fez levá-lo para conhecer 'Seu' Agostinho. Foi paixão à primeira vista.
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O cineasta estava de bom humor. Fez piada com as nossas alianças - feitas de casca de coco pelos Índios Zorós do mato Grosso. Ele também gostou do Diego, mas não queria, de jeito algum, falar sobre cinema. Talvez alguma mágoa ainda lhe machuque o coração.
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Alguns dias depois entenderíamos melhor sua reserva. O Diego trabalha como indicador de filmes e, desde que conheceu 'Seu' Agostinho, passou a pesquisar sobre ele. Numa tarde conversando com o nosso herói me contou que haviam lançado um livro com a biografia dele. Mais do que depressa compramos o livro.
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Descobrimos que a vida do nosso amigo era infinitamente mais interessante do que poderíamos supor. ele foi simplesmente um dos fundadores da antiga Companhia de Cinema Vera Cruz. Sua história de vida é fascinante.
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Meu carinho por aquele senhorzinho que cresceu no Itaim Bibi - quando Itaim era ainda um bairro esquecido da periferia de são Paulo na época - só fez aumentar. Ele foi um garoto muito pobre que vendia bananas para comprar cadernos e crescia obstinado a se tornar cineasta.
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Conforme avançava na leitura fiquei ainda mais encantada com a sua história que, aos poucos, se confundia com a história daquele bairro tão meu conhecido. 'Seu' Agostinho viu nascer o Itaim Bibi, ia de bicicleta tomar banho no Pinheiros e viu a Juscelino deixar de ser um areal, que ia até o rio, e se transformar numa das avenidas mais importantes de São Paulo.
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Tempos depois a empresa, para qual eu trabalhava, se mudou da casa ao lado. No dia da mudança arrumei minhas coisas com o coração apertadinho e os olhos marejados de lágrimas. Escrevi-lhe na cartinha de despedida: "O senhor foi a melhor parte desses cinco anos que passei aqui".
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Prometi visitá-lo.
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Acabei mudando de emprego, na correria diária e mil afazeres, acabava sempre adiando a visita.
No final de dezembro finalmente fomos vê-lo. Foi um momento muito agradável. Estávamos todos felizes com o reencontro e conversamos, no velho portão, novamente animados.
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'Seu' Agostinho continua o mesmo senhorzinho excêntrico que sempre ia, de pijamas e chinelinhos, me chamar no escritório para tomar chá com ele. Continua com o mesmo humor inocente, que muito lembra o meu falecido avô. Quando lhe perguntei se iria viajar no feriado, me respondeu:
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-Olha filha, não pretendo viajar, mas na minha idade nunca se sabe quando viajaremos.
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Uma vez mais me diverti muito com o meu velho amigo e senti uma alegria imensa por estar ali, de novo, naquele portão jogando conversa fora.
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Muitas manhãs, quando vou ao trabalho, o vejo de longe - com suas sandálias franciscanas, meias e bermudas - voltando da padaria com um pacotinho de pães.
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Todas as vezes que o vejo agradeço por vê-lo ainda com saúde buscando seu próprio pão e o jornal. Todos os dias eu agradeço por um dia ter encontrado um amigo tão querido e especial.

Eu, ele e o velho portão
a sacadinha

testemunha de deliciosas conversas

O Idealista - Máximo Barro
Biografia de Agostinho Martins Pereira

Quer ler a biografia do 'Seu' Agostinho?
Disponível aqui.

Fotos: Adriana Mani e Divulgação Imprensa Oficial