Olhando para as minhas joanetes, esse carocinho que anda crescendo ao lado dos dedões dos meus pés, me dei conta de que isso só pode significar uma coisa: sou uma legítima Mani.
Não me lembro de muitas coisas sobre a minha bisavó Adelaide, mãe do meu avô materno. Ela faleceu quando eu tinha apenas dez anos, mas uma das lembranças mais nítidas que tenho dela é das suas Alpergatas de tecido velhinha toda rasgadinha dos lados.
Nós chamávamos errôneamente o calçado da minha bisavó de precatinha. O problema do calçado não era a idade dele, mas o volume enorme nas laterais que forçavam o tecido e, por mais novo que fosse, logo estava rasgado. Os pés do meu avô eram idênticos ao da mãe dele. Na velhice, também ele passou a gostar de usar as tais precatinhas velhas como as de sua mãe.
Ainda criança, lembro-me da minha tia se queixando daqueles ossinhos doloridos que cresciam ao lado dos seus dedões tirando-lhe toda a elegância das belas sandálias que ela usava.
Minha Noninha Bisa se foi há muito tempo, meu avô e minha tia, mais recentemente, também se foram. Mas, me deixaram como herança esses ossinhos volumosos que crescem nos meus pés.
Eles doem, é verdade. Deixam meus pés com um aspecto ainda mais horroroso, além de espalhado é largo, mas as minhas joanetes são a marquinha deles que crescem em mim.
Ao contrário da minha mãe e tias, eu amo minhas joanetes. Cada vez que as percebo me lembro de quem sou. Elas são a prova concreta do mundo à qual pertenço.
Mais do que meu registro de nascimento, são as minhas joanetes a evidência de que realmente sou uma Mani.
Ainda não estou na fase das alpargatas, mas penso se já não devia começar a providenciar um estoque delas.
por gentileza , mulheres com joanetes coloquem seus pés no youtube existem muitos admiradores de pés com joanetes, quanto maior o joanete mais lindos achamos obrigado pela atençao.
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