domingo, 27 de junho de 2010

Coisas que todo mundo deveria ter

1 - Um amor verdadeiro;
2 - Um sonho realizado;
3 - Um confidente;
4 - Pais carinhosos;
5 - Um cartão de crédito sem limites;
6 - Um lugar só seu;
7 - Amigos verdadeiros;
8 - Uma viagem inesquecível;
9 - Uma receita infalível;
10 - Uma boa idéia por dia;
11 - Um pijama velhinho;
12 - O dom de entender olhares;
13 - Sentimentos bons;
14 - Um edredom quentinho;
15 - Um fim de tarde na praia;
16 - Um filme preferido;
17 - Uma trilha sonora;
18 - Um livro de cabeceira;
19 - Um beijo roubado;
20 - O emprego dos sonhos;
21 - Um salário perfeito;
22 - Férias incríveis;
23 - Um passado bom de se lembrar;
24 - Fé no futuro;
25 - O dom de aprender com os erros;
26 - Paz!
27 - Um plano B, C, D...
28 - Elegância;
29 - Amor para oferecer;
30 - O dom de perdoar;
31 - Gentileza e gestos de carinho;
32 - Um sorriso bonito;
33 - Um amigo que saiba contar piadas e secar lágrimas;
34 - Vontade de viver;
35 - Poder de curar mágoas.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nietzsche - Overdose


Fiquei magoado, não por me teres mentido,
mas por não poder voltar a acreditar-te.
***

Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.
***

O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.
***

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.
***

As convicções são inimigas mais perigosas
da verdade do que as mentiras.
***

Quanto mais nos elevamos,
menores parecemos aos olhos
daqueles que não sabem voar.
***

Quem luta com monstros
deve velar por que,
ao fazê-lo, não se transforme também em monstro.
E se tu olhares, durante muito tempo,
para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.
***

Tudo é precioso para aquele que foi,
por muito tempo, privado de tudo.
***

É difícil viver com as pessoas porque calar é muito difícil.
***

Culpamos as pessoas das quais não gostamos
pelas gentilezas que nos demonstram.
***

O homem que vê mal
vê sempre menos do que aquilo que há para ver;
o homem que ouve mal
ouve sempre algo mais do que aquilo que há para ouvir.
***

Há uma inocência na admiração:
é a daquele a quem ainda não passou pela
cabeça que também ele poderia um dia ser admirado.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Isso não tem a menor importância!

Hoje é o aniversário de 80 anos da minha avó Conceição. Eu queria homenageá-la de alguma forma, então resolvi contar para vocês um pouco da admiração que tenho por ela.

Logo pela manhã liguei para ela e, para fazer uma graça, fingi não saber a idade dela. Para minha total surpresa descobri que ela esconde a idade. Não me disse, de jeito nenhum, que está fazendo 80 anos. Ficou brava até, disse que isso não é coisa que se pergunte para uma senhora.

Eu disse:
-Ah! Fala vó, me diz quantos anos a senhora tá fazendo...
-Por que você quer saber? - respondeu ela - Isso não é coisa que se pergunte.

-Só por curiosidade - insisti.
- Isso - continuou ela - não tem a menor importância!

- Se não tem importância então me fala! - tentei mais uma vez.

-Sabia que eu arrumei uma empregada nova? - desconversou ela - Ela é um amor, tão boazinha... fala aqui com ela, o nome dela é Sônia...

Não teve jeito, ela não me falou que está fazendo oitenta anos.
Vaidosa? Muito! O presente mais certeiro para ela são sabonetes, desses bem bonitos, com cheirinho de lavanda e bem delicados.
Não dorme sem usar um creminho antigo, que vejo desde pequena na cômoda dela: Rugol. Não sai de casa se a roupa não estiver impecavelmente passada, a blusinha combinando com a saia e o sapatinho, os cabelos arrumados num coque e uma água de colônia suave.

Uma vez, abri o armário dela e fiquei pelo menos um dez minutos admirando a arrumação: em cada cabide - devidamente virados na mesma direção (deve ser dela que herdei essas neuras)-havia uma blusinha e uma saia combinando e dispostos das cores mais escuras até as mais claras. Embaixo de cada dois ou três cabides um parzinho de sapato combinando com as roupas penduradas. Fiquei maravilhada com tanta dedicação.

Numa outra vez, eu reparei na mala dela. Ninguém, nesse mundo inteiro, arruma uma mala tão bem quanto a minha avó. Cada muda de roupa dobradinha, separada para cada dia e evento. Tudo passado e acomodado de uma forma que não amassa. A disposição das coisas na mala são milimétricamente arrumadas. Pensei “eu nunca vou conseguir arrumar uma mala assim ou ser tão metódica quanto a minha avó”. Ela deve ser a dona de casa mais organizada que já existiu.

Ela também é o tipo de mulher que vai à luta. Não fica esperando as coisas acontecerem. Está sempre reformando a casinha dela com as próprias economias, comprando móveis e fazendo planos.

Ela é tão pequena. Deve ter um metro e quarenta e três, no máximo!
É tão magrinha que deve pesar uns 43 quilos se muito.
O sapatinho dela é número 33...
Mas a dona Conceição é uma fortaleza.

Ela faz oitenta anos hoje. Não trabalhou fora desde que se casou, mas sempre deu um jeito de ter o dinheirinho dela - fazendo pães, bolos e doces para vender - e ainda hoje trabalha como voluntária na igreja.

Eu sempre vou me lembrar dela como alguém que não desiste daquilo que quer, que não tem medo de enfrentar os obstáculos e a pessoa de mais fé que eu conheço. Nunca a vi desistir de qualquer coisa que fosse.

Aprendeu a ler e escrever aos 47 anos. Fizemos isso juntas.
Hoje mesmo, me contou entusiasmada dos planos para a reforma que pretende fazer no banheiro, da viagem que quer fazer para rever a irmã e os sobrinhos no Rio de Janeiro, dos trabalhos na igreja e do mundo de possibilidades que a aguardam.

Minha avó - que tem oitenta anos - ainda faz muitos planos, tem tantos sonhos e é tão feliz.
Ela não se sente velha, não pensa nas dificuldades da idade e nem no tempo que lhe resta. Talvez por isso mesmo não gosta de dizer quantos anos tem.

Ela vai todos os dias à pé para igreja, continua cuidando do jardim e lavando a calçada - mesmo que a empregada já tenha feito isso.
Ela continua a mesma pessoa determinada e cheia de sonhos de quando eu tinha 6 anos de idade.
Continua insistindo naquilo que acredita, orando de madrugada pela família toda e fazendo tudo do jeito que ela quer e gosta.

Percebi, há muito tempo já, o quanto a minha avó é forte. O quanto ela sempre soube o que quer e eu a admiro muito por seu esforço, suas conquistas, determinação, fé e coragem.

E quer saber de uma coisa?
Realmente não tem a menor importância se ela está ou não fazendo oitenta anos.
Ela tem o coração de uma menina, a coragem de uma jovem e a experiência de quem já viveu e aprendeu muito.

Te amo vó!